Um novo estudo internacional liderado pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Ambiental (ICTA-UAB) e o Departamento de Pré-história da UAB fez uma reconstrução das dietas de antigos grupos pré-colombianos que habitavam na costa amazônica do Brasil.
O mais novo estudo, publicado na Scientific Reports (2020), usou a análise isotópica estável de carbono e nitrogênio do colágeno ósseo para reconstruir as dietas de indivíduos humanos que viviam na Ilha de São Luís, no estado do Maranhão, costa amazônica brasileira entre os anos 1.000 e 1.800 anos atrás.
Sítio arqueológico de Bacanga Ilha de São Luís, no estado do Maranhão, costa amazônica brasileira. (Foto: André Colonese) |
Eles descobriram que, mesmo essa sociedade estando próximo a recursos marinhos como as pescas, as dietas era baseadas em mamíferos terrestres e plantas, sendo assim as principais fontes de ingestão calórica. Os animais terrestres foram a fonte de proteína na dieta.
Entre os animais identificados taxonomicamente no estudo, foi identificado
o bagre, cavia, cutia e o veado-mato. Uma variedade de plantas eram cultivadas e consumidas no final do Holoceno, como o milho, abóbora, mandioca e outras.
Enterro humano com cerâmica incisa no sítio arqueológico de Bacanga na Ilha de São Luís. (Foto: André Colonese) |
Por tanto, os pesquisadores assumem que o milho, foi consumido por grupos e sociedades na Ilha de São Luís e na foz do Rio Amazonas durante o Holoceno Tardio.
A investigação, contou com a colaboração de uma equipe internacional de cientistas e pesquisadores do Instituto Ambiente Humano e a Universidade Federal do Maranhão, Brasil. Universidade de Oxford, Universidade Masaryk, República Tcheca; Universidade de Groningen, Holanda Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, Alemanha; e da Universidade de York, Reino Unido.
Esse novo estudo oferece maiores informações sobre a extensão em que categorias distintas de alimentos de sistemas agroflorestais de policultura atendem às necessidades calóricas e protéicas das populações pré-colombianas na bacia amazônica brasileira.