Os manguezais não sobreviverão à elevação do nível do mar até 2050 caso as emissões não forem reduzidas

Até o ano de 2050, grande parte dos manguezais não sobreviverão à alta elevação do nível do mar se as emissões não forem reduzidas antes.


Os ecossistemas costeiros entre os biomas terrestre e marinho, e em outros climas quentes, não poderão sobreviver devido ao aumento do nível do mar até 2050 se as emissões de gases de efeito estufa não forem totalmente reduzidas, de acordo com um estudo dos pesquisadores da Universidade Rutgers na revista Science


Uma equipe internacional liderada pela Universidade Macquarie na Austrália estimou as chances de sobrevivência de mangues com base nas taxas de aumento do nível do mar.


Imagem de manguezais em um local no Brasil. (Foto: Art Tower)


Florestas de mangue armazenam altas e grandes quantidades de carbono, que ajudam protegendo a costa e fornecem habitat para peixes e outras espécies que vivem por ali. 


O estudo abrangeu 78 locais e explorou como os manguezais reagiam à medida que a taxa de aumento do nível do mar diminuía de mais de 10 milímetros anualmente 10.000 anos atrás para condições quase estáveis ​​4.000 anos depois.


O ecossistema de manguezais se encontram em regiões subtropicais e tropicais, em encontro de rios e mares, sobretudo nas costas do Atlântico e Pacífico.


Quando as taxas excederam os 6 milímetros em cada ano, semelhante às estimativas em cenários de altas emissões para 2050, cientistas descobriram que os manguezais provavelmente parariam de acompanhar o aumento dos níveis de água. Normalmente, manguezais têm uma maior probabilidade de sobreviver quando o aumento do nível do mar for inferior a 5 milímetros por ano, o que é projetado para cenários de baixas emissões neste século.


Existem cerca de 80 espécies de manguezais, que crescem em áreas tropicais e sobre as subtropicais. O intrincado sistema radicular dos manguezais torna as florestas muito mais atraentes para os peixes que habitam e outros organismos que procuram comida e abrigo de predadores. 


O armazenamento de carbono como as florestas de mangue se expandiu durante esse período, contribuindo para a redução dos níveis de gases de efeito estufa. Acredita-se que, em todo o planeta, existam pelo menos cerca de 172 000 km² de manguezais.


Os manguezais naturalmente se moverão para o interior se não puderem construir verticalmente, mas desenvolvimentos costeiros ao longo de muitas linhas já impedem bastante esse movimento. 


As descobertas hoje enfatizam a grande importância de mitigar a magnitude da rápida elevação do nível do mar e garantir que as medidas de adaptação costeira permitam a expansão dos manguezais pelas planícies costeiras pelo mundo.

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