O ártico derrete quando as plantas param de respirar

O vapor que as plantas emitem quando respiram serve para diminuir a temperatura da superfície da terra, como regar o quintal em um dia quente. Até agora, o efeito estufa foi responsabilizado pelo aumento da temperatura global. Mas um estudo interessante mostrou que a temperatura do Ártico aumenta quando a umidade liberada pelas plantas é reduzida devido ao aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

A equipe de pesquisa conjunta liderada pelo professor Jong-Seong Kug e pelo candidato a doutorado So Won Park, da Divisão de Ciência e Engenharia Ambiental da POSTECH, e pelo pesquisador Jin-Soo Kim, da Universidade de Zurique, confirmaram que o aumento na concentração atmosférica de CO2 fecha os poros ( estômatos) de plantas em áreas de alta latitude e reduz sua transpiração, o que acaba acelerando o aquecimento do Ártico. As descobertas, que foram estudadas através das simulações dos modelos do sistema Terra (ESM), foram recentemente publicadas na Nature Communications, uma revista oficial em ciência.

(Foto: Jong-Seong Kug (POSTECH)

As plantas absorvem CO2 e emitem oxigênio através da fotossíntese. Durante esse processo, os estômatos das folhas se abrem para absorver o CO2 no ar e liberar a umidade ao mesmo tempo.

No entanto, quando a concentração de CO2 aumenta, as plantas podem absorver CO2 suficiente sem abrir amplamente seus estômatos. Se os estômatos se abrem por pouco, a quantidade de vapor de água liberada também diminui. Quando essa transpiração das plantas diminui, a temperatura da terra aumenta rapidamente com o aquecimento do efeito estufa. Recentemente, essa diminuição da transpiração foi citada como uma das razões para o aumento das ondas de calor no hemisfério norte.

Essa resposta da vegetação leva à mudança climática global, controlando a troca de energia entre a superfície e a atmosfera, conhecida como 'força fisiológica'. Mas até agora, nenhum estudo confirmou os efeitos das forças fisiológicas no sistema climático do Ártico.

A equipe de pesquisa conjunta analisou a simulação do EMS e confirmou que o aumento de CO2 leva ao fechamento estomático da vegetação terrestre, causando aquecimento do solo, o que, por sua vez, acelera remotamente o aquecimento do Ártico por meio de circulação atmosférica e feedback positivo no processo dos sistemas terrestres.

Além disso, uma estimativa quantitativa do efeito do fechamento estomático no aquecimento do Ártico devido ao aumento do CO2 mostrou que cerca de 10% do efeito estufa é causado por esse forçamento fisiológico.

O professor Jong-Seong Kug, que estudou o aquecimento do Ártico em várias perspectivas, comentou: "O efeito do fechamento estomático devido ao aumento dos níveis de CO2 não é totalmente contado na projeção climática futura". Ele ressaltou: "Isso significa que o aquecimento do Ártico pode prosseguir muito mais rápido que a previsão atual". Ele também alertou que "o aumento de CO2 está acelerando o aquecimento global, não apenas pelo efeito estufa que todos sabíamos, mas também alterando a função fisiológica das plantas".

Esta pesquisa foi apoiada financeiramente pela pesquisa de feedback climático da divisão de biogeoquímica terra-oceano da National Research Foundation of Korea.

Noticiado por: Scienmag

Tradução: RAN / Victor

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