Especialistas conseguem identificar 13 regiões distintas na Amazônia

Os pesquisadores, especialistas e biólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) fizeram uma analise de distribuição geográfica com mais de 5 mil espécies de plantas para construir o mapa colorido da Amazônia.


A floresta amazônica forma a região biologicamente mais rica da Terra, cobrindo pelo menos 7,5 milhões de km2 em nove países, 40% do continente da América do Sul e os 500 000 km². A floresta ocupa junto aos nove países sul-americanos.


Por site a UFRN diz que existem 13 regiões específicas e diferentes, cada qual com tipos de espécies de plantas particulares. É o que diz um novo estudo desenvolvido com mais de 5.000 mil espécies de árvores e de arbustos. A pesquisa foi publicada também na revista britânica Journal of Ecology.


Exemplos de fisionomias e paisagens da Amazônia. (Foto: Wikimedia)


O trabalho, que foi realizado por dois biólogos do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Karla Juliete Silva-Souza e Alexandre Souza, as regiões distintas foram chamadas de sub-regiões florísticas da região. Algumas das sub-regiões são grandes e dividem a Amazônia entre áreas a leste, a oeste e a norte (no planalto das Guianas). Outras regiões são pequenas e periféricas, contendo espécies de vegetações vizinhas como o cerrado, que penetram pelas bordas na Amazônia.


Para que fosse realizado o estudo, pesquisadores compilaram um banco de dados, idealizado e batizado por Alexandre Souza de Caaporan da (floresta bonita em tupi), que  continha a distribuição geográfica de mais de 5.000 mil espécies de árvores e de arbustos encontrados na região.


Eles também aplicaram técnicas de estatística espacial sobre os dados, mapearam as sub-regiões e também construíram outro banco de dados contendo informações do ambiente para cada local onde as espécies foram registradas. Análises da compilação de informações permitiram aos cientistas investigar os fatores responsáveis pela distribuição e delimitação das supostas “Amazônias” da região. 


Esses resultados sugeriram que a distribuição das sub-regiões estava associada a ações humanas e a fatores ambientais, como as variações do solo, regime de chuvas e inundação pelos rios.


Imagem de distribuição das variáveis ​​ambientais atuais selecionadas através da modelagem de regressão logística multinomial no domínio da floresta amazônica. (Foto: via UFRN)


A pesquisa também fala sobre divisão por composição da espécies e impacto de mudanças climáticas pela região:


Pioneirismo: divisão por composição de espécies.


O estudo constitui a primeira divisão espacial da flora amazônica feita com base em dados de composição de espécies. “A delimitação e mapeamento de sub-regiões de espécies animais ou vegetais é muito importante para planejamentos de conservação da biodiversidade de uma região, pois permite aumentar o número de espécies protegidas. Isso acontece porque passa a ser possível a distribuição de áreas de proteção nas diversas sub-regiões identificadas”, explica Karla Souza.


Tentativas anteriores de divisão da Amazônia foram realizadas com base na aparência da vegetação, observação das predominâncias de ervas, arbustos ou árvores e se as plantas perdiam ou não as folhas na estação seca. Apesar do valor e da utilidade desses primeiros mapas produzidos, o presente estudo mostrou que várias sub-regiões florísticas distintas podem ter a mesma aparência. “Mapas baseados na aparência da vegetação não devem ser usados como indicativo da biodiversidade e não são eficazes nos esforços para aumentar o número de espécies protegidas”, adiciona Karla.


A floresta amazônica forma a região biologicamente mais rica do planeta. Ela cobre vastos 7.500.000 km² em nove países, o que equivale a 40% da América do Sul. Ela abriga um quarto da biodiversidade global e é uma das principais forças do funcionamento climático e biogeoquímico da Terra. A crescente perda e fragmentação de florestas devido à invasão de assentamentos e agricultura extensiva na Amazônia traz consequências para as populações humanas e demais formas de vida no planeta. As populações humanas dependem de forma direta ou indireta dos serviços produzidos pela biodiversidade da floresta amazônica, seja pela estabilização do regime climático ou pela utilização de espécies para produção de medicamentos, alimentos, cosméticos e outros produtos.


Os Impactos das mudanças climáticas.


O mapeamento de sub-regiões florísticas da Amazônia produzido no estudo poderá ser utilizado para guiar os esforços de conservação da biodiversidade das plantas amazônicas. “A relevância que encontramos de fatores como o regime de chuvas e temperatura na explicação da distribuição espacial das sub-regiões alerta para um profundo impacto que as mudanças climáticas podem ter na organização espacial da flora amazônica. O aumento da frequência de anos secos na região deve promover a expansão de certas sub-regiões e a contração de outras, ameaçando a área disponível para milhares de espécies de árvores continuarem a viver e a prestar os seus serviços à humanidade”, analisa o especialista Alexandre Souza.

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