Mutações podem estar alterando a capacidade infecciosa do coronavírus


Estudo ainda está em fase preliminar, e será revisado e avaliado por mais cientistas; mas pode acabar ajudando a ciência a rastrear a transmissão do Covid-19.

Com mais de 2,7 milhões de casos pelo mundo todo, o coronavírus é o grande objeto de estudo da ciência no momento. Uma das mais recentes pesquisas sobre o assunto sugere que o vírus tem passado por mutações capazes de mudar a sua patogenicidade – isto é, a sua capacidade infecciosa –, o que pode ajudar pesquisadores a rastrearem melhor a transmissão da Covid-19.

Ainda em fase preliminar, o estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Zhejiang, na China, e foi submetido para revisão no site medRxiv. Ao analisarem mutações em 11 amostras coletadas de pacientes com Covid-19, eles detectaram 33 mutações no genoma do coronavírus, sendo 19 delas novas.
Coronavírus. (Foto: Pixabay)

Não foi apenas esse número o que chamou a atenção dos especialistas: eles também perceberam diferenças significativas nas cargas virais de pacientes com diferentes cepas, o que, para eles, poderia ser uma "evidência de que a síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) ganhou mutações capazes de alterar substancialmente a sua patogenicidade".

Além disso, durante a pesquisa, os cientistas infectaram células usando as cepas coletadas dos pacientes, que apresentavam diferentes mutações. Então, verificaram que até 270 vezes mais carga viral era gerada entre as cepas mais fracas e as mais agressivas. "A verdadeira diversidade das cepas virais ainda é bastante subestimada", consideraram os autores no estudo, que ainda passa por avaliações de outros cientistas quanto aos seus métodos e à precisão de seus dados.

É importante observar que mutações de vírus são comuns, uma vez que esses micro-organismos se replicam imperfeitamente dentro das células de seus hospedeiros. Por isso, cientistas da Universidade de Cambridge acreditam que já existam três variantes do SARS-CoV-2 pelo mundo.

No Brasil, até 24 de abril, foram confirmados pelo Ministério da Saúde 
52.995 casos de Covid-19. O País soma 3.670 óbitos pela doença, sendo a região Sudeste a mais afetada, com 51,1% do número de infectados, disse em notícia o Galileu
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