Buraco na camada de ozônio visto do sobre o ártico se fechou

Uma notícia divulgada pelo site Superinteressante, há nove anos que um buraco na camada de ozônio com grandes proporções não surgia sobre o Ártico. Mas, no final de março, ele não só reapareceu como também estava no maior tamanho já visto, com quase um milhão de quilômetros quadrados. 

De acordo com pesquisadores do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) da União Europeia, esse gigante do tamanho de três Groenlândias acabou de se fechar naturalmente. 

A camada de ozônio serve como barreira para os raios ultravioletas, provenientes do Sol. Esses raios são associados a problemas graves de saúde, como o câncer de pele e problemas de visão, por isso a exposição direta a eles é tão perigosa. A destruição dessa camada protetora geralmente está relacionada com a poluição emitida por nós, seres humanos – mas nesse caso, o fenômeno que ocorreu no Ártico foi um pouco diferente. 

(Foto: Copernicus 2020, DLR / BIRA / ESA)


Essa abertura foi causada por um grande redemoinho de ventos que causou temperaturas extremamente baixas chamado de vórtice polar. Quando isso acontece, nuvens de alta altitude são formadas na região. Elas acabam se misturando com poluentes artificiais, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), e corroem o gás ozônio que nos protege.

Apesar de os CFCs terem sido proibidos no Protocolo de Montreal em 1987, os países desenvolvidos tinham o limite de bani-los totalmente até 1996, enquanto os países em desenvolvimento estavam com o prazo para 2010. No Brasil, isso só ocorreu em 2007. 

Em 2018, foi divulgado um relatório feito pela Environmental Investigation Agency que a Chin usava CFCs em algumas de suas fábricas de forma ilegal. Os CFCs são compostos muito estáveis e que demoram anos para se decompor. 

A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou que esse tipo de evento é raro bem no Polo Norte, porque a região não tem as condições de temperatura adequadas para isso, em torno de 80 ºC negativos. O Polo Norte é mais quente que o Polo Sul porque se encontra no nível do mar, e o oceano funciona como um reservatório de calor. 

Enquanto isso, o Polo Sul está 2.800 mil metros acima do nível do mar, e quanto maior a altitude, menor a temperatura.

O vórtice é um tipo de fenômeno anual no Polo Sul e ocorre durante o outono (de março a junho). O buraco na camada de ozônio pode atingir os 25 milhões de quilômetros quadrados e durar os três meses que percorrem a estação. 

Mas, de acordo com uma avaliação realizada pela Organização Meteorológica Mundial, esse buraco pode estar diminuindo. 

Os pesquisadores registraram as mudanças ocorridas desde a década de 2000 e constataram uma diminuição de 1% a 3% para cada década passada. Fatores como a proibição dos CFCs podem justificar a hipótese.
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