Usando a proteína do esmalte do dente para mostrar o sexo de restos humanos

O processo de identificação humana envolve diferentes etapas difíceis e aprimoradas, no qual se faz necessário o aprimoramento de técnicas tradicionais. Através de pesquisas e investigações do gênero biológico, se dá o passo inicial no perfil de vítimas não-identificadas.


Um novo método para estimar o sexo biológico de restos humanos com base na leitura de sequências de proteínas em vez do uso do DNA foi usado para estudar um sítio arqueológico ao norte da Califórnia, EUA. A técnica usada pelos arqueólogos, baseada em proteínas deu resultados superiores à análise de DNA no estudo para estimar o sexo de 55 indivíduos e seus restos mortais, cada um com uma data de radiocarbono entre 300 e 2.300 anos de idade. 


Os sítios arqueológicos Rummey Ta Kuččuwiš Tiprectak e Síi Túupentak são assentamentos Ohlone dos nativos americanos ancestrais situados em um vale bem irrigado na porção sudeste da região da Baía de São Francisco, na Califórnia Central.


Mapa mostrando a localização geral de Rummey Ta Kuččuwiš Tiprectak e Síi Túupentak na área da Baía de São Francisco na Califórnia. (Foto: Far Western Anthropological Research Group com ESRI ArcGIS Desktop)

O método tem como alvo a amelogenina, uma proteína encontrada no esmalte dos dentes, de acordo o primeiro autor Tammy Buonasera, pesquisador de pós-doutorado que trabalha com Glendon Parker, professor associado adjunto do Departamento de Toxicologia Ambiental da Universidade da Califórnia. O artigo foi publicado em 17 de julho na Scientific Reports (2020). 


Os pesquisadores Jelmer Eerkens, professor de antropologia, Glendon Parker, professor associado adjunto do Departamento de Toxicologia Ambiental da Universidade da Califórnia e Tammy Buonasera, o primeiro autor, compararam três métodos para determinação do sexo: Análises de DNA; osteologia; e método proteômico. Eles aplicaram todos esses métodos a restos de duas aldeias ancestrais Ohlone perto de Sunol, na Califórnia. O local está sendo escavado pelo Far West Anthropological Research Group de Davis em colaboração com a tribo Muwekma Ohlone, uma tribo da região.


A amelogenina é uma proteína que pode ser encontrada no esmalte dentário humano, ela é  substância mais dura do corpo humano. Uma
proteína secretada pelos ameloblastos durante o desenvolvimento de todo o órgão dental. 


O novo método funciona recuperando uma pequena quantidade de proteína de um dente humano. Todas as proteínas são naturalmente formadas por uma cadeia enorme de aminoácidos, então a proteína é analisada para dar a sequência de aminoácidos, que assim define a proteína. 


A extração de DNA genômica total também foi realizada em um total de 99 amostras de dentes e ossos antigos de 71 indivíduos.


Os arqueólogos e pesquisadores foram capazes de determinar o sexo de todos os restos mortais usando o novo método de proteína e métodos de DNA. Os resultados da proteômica e osteologia da equipe concordaram em quase todos os casos, embora o exame dos próprios restos ossos só tenha sido eficaz para cerca de metade dos esqueletos encontrados.

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