Novas espécies de crustáceos de água doce são encontrados no lugar mais quente da terra

Novos tipos de espécie de crustáceos de água doce foram descobertas durante uma expedição ao deserto de Lut, ao Sudoesre do Irá, conhecido como o lugar mais quente da Terra.


A espécie recém-identificada foi descoberta pelo Doutor Alexander V. Rudov da Universidade de Teerã e o Doutor Hussein Rajaei do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart enquanto faziam uma expedição para entender melhor a ecologia, biodiversidade, geomorfologia e paleontologia do deserto onde estudado.


Quando foi descoberta os biólogos batizaram a nova espécie de Phallocryptus fahimii, em homenagem a um biólogo conservacionista iraniano Hadi Fahimi, que participou da expedição com a equipe em 2017 e quando morreu em um acidente de avião em 2018.


O estudo dos pesquisadores explica como o Phallocryptus fahimii difere em toda sua morfologia geral e sua genética de todas as outras espécies Phallocryptus conhecidas atualmente. As descobertas da espécime foram publicados recentemente na Zoology in the Middle East (2020). 


Nova espécie de crustáceos de água doce descoberta durante uma expedição ao deserto de Lut, conhecido como o lugar mais quente da Terra. (Foto: M. Pallmann SMNS / Pallmann)

A espécie que pertence ao gênero Phallocryptus, do qual pertence outras quatro espécies eram conhecidas anteriormente em diferentes regiões áridas e semiáridas. Ele é  endêmico do Irã e conhecido apenas por sua localidade no deserto de Lut.


O deserto de Lut ou (Dasht-e Lut) foi designado o Pólo Térmico da Terra, com temperaturas de superfície que chegam aos 78,2 ° C. Com uma área de 51.800 km2 é o segundo maior deserto iraniano, localizado no sudeste do Irã. Esse deserto detém o recorde atual para a mais alta temperatura de superfície já registrada no planeta.


Com base em uma pesquisa de satélite realizada em 2006, foi medido uma temperatura superficial de 70,7 ° C em Lut, designando este deserto como o pólo térmico da Terra, no entanto, recentemente ele teve um aumento para 80,3 ° C.


Anteriormente, exames científicos dos espécimes foram realizados pelo co-autor Dr. Martin Schwentner, um especialista em crustáceos do Museu de História Natural de Viena, e afirmou que essa espécie pertencem a uma nova espécie de crustáceos de água doce descoberta. Os espécimes foram coletados durante março e abril de 2017.


O deserto recebe também as águas do rio salino Rud-e-Shur, com menos de 200 habitantes e das bordas noroeste deságua na grande depressão salina central.


Uma comunidade Archaea diversa foi descrita do rio Rud-e-Shur, mas vida aquática do Lut hoje é limitada a tipos de habitats sazonalmente astáticos. 


O artigo da equipe é parte dos resultados do projeto "Adaptação e Função da Biodiversidade do Deserto de Lut" (AFLDB), coordenado pelo Instituto Saeedi de Estudos Avançados (SIAS), Universidade de Teerã e Universidade de Kashan, Irã. 


Galeria:


deserto de Lut no sudeste do Irã. A estrela indica a localidade-tipo de Phallocryptus fahimii. A linha marrom mostra o caminho da expedição da equipe em 2017, e as estações de acampamento são indicadas. Os pontos vermelhos mostram as medições de temperatura em 2005 pela (NASA) e 2017 durante a expedição. Este mapa é uma versão modificada do mapa publicado em Trescher de 2017. (Foto: GEO. B)


Uma Phallocryptus fahimii, espécie  feminina, vista da lateral direita. (A) habitus. (B) cabeça. Escalas em 1 mm. (Foto: GEO. B)

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