Estudo usa o IA para estimar as bombas não detonadas da Guerra do Vietnã

As munições de guerras não detonadas (UXO) representam uma enorme ameaça para as comunidades pós-conflito do mesmo.


Para um estudo sobre as munições não explodidas pós guerra, pesquisadores usaram inteligência artificial (IA) para detectar as crateras de bombas ainda deixadas da época da Guerra do Vietnã no Camboja pelos EUA a partir de imagens de satélite. Com esse estudo os pesquisadores tinham esperança de que ela possa ajudar a encontrar bombas não detonadas em localidades.


O modelo, após combinado com diversos registros militares norte-americanos e que foram desclassificados, sugere que 44 a 50 por cento das bombas nas vizinhanças desta aldeia cambojana em particular podem permanecer não detonadas. O estudo foi publicado na revista PLOS One


Imagens: letra (a) uma cratera de bomba no Camboja e (b) crateras de meteoros na lua feitas pelo banco de dados do Observatório da Terra da NASA. (Foto: Universidade Estadual de Ohio)


O novo método proposto aumentou a detecção de verdadeiras crateras de bombas em mais de 160 por cento. A análise comparativa demonstrou que o método da equipe supera os algoritmos de reconhecimento de objetos típicos e pode ser usado para detecção de crateras de bombas em área ampla.


Os pesquisadores começaram com uma imagem de satélite comercial de uma área de 100 quilômetros quadrados perto da cidade de Kampong Trabaek, Camboja. Essa mesma área foi alvo de milhares bombardeios em massa pela Força Aérea dos Estados Unidos de maio entre 1970 a 1973, contra forças inimigas norte-americanas. Estima-se os EUA bombardeou muito mais o Camboja do que qualquer outro país no mundo.


Os pesquisadores usaram um tipo de inteligência artificial chamado de aprendizado de máquina para que fosse analisado as imagens de satélite em busca de maia evidências de crateras de bombas não detonadas no local.


A importância do estudo sobre a desminagem de bombas não detonadas


As crateras dizem aos pesquisadores quantas bombas realmente se coalizaram, sua localização e sua explosão. Os pesquisadores sabem realmente quantas bombas foram jogados na área e sua localização de onde elas caíram. Hoje, a equipe pode determinar com precisão quantas bombas não detonadas sobraram e outras áreas onde podem ser encontradas.


Exemplo de manchas de crateras de bombas corretamente identificadas, letra (a) e falsamente identificadas de crateras de bombas, letra (b). Imagens da cratera de bomba falsa inclui um edifício, um lago e árvores da classificação do primeiro estágio. (Foto: Universidade Estadual de Ohio)


"O estudo envolveu um processo de duas etapas", disse Erin Lin, professora assistente de ciência política da Universidade Estadual de Ohio.


O primeiro estágio do modelo do pesquisador da equipe consegiu identificar 89% por cento das crateras verdadeiras (157 de 177), mas também identificou 1.142 falsos positivos - características semelhantes a crateras não causadas por bombas. O segundo eliminou 96% de falsos positivos, enquanto perdia cinco das verdadeiras crateras da bomba. Sua taxa de precisão foi de cerca de 86 por cento, identificando assim 152 das 177 crateras estudadas.


"Muitas das terras cobertas neste estudo são agrícolas, o que significa que os agricultores locais correm o risco de encontrar uma bomba não detonada", disse Lin.


Os pesquisadores também tiveram acesso especual aos dados militares desclassificados, indicando que pelo menos 3.205 bombas, conhecidas como bombas de tapete, foram jogadas na guerra nessa mesma área onde foi analisada para este estudo da equipe.

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