Dois pesquisadores encontraram algumas evidências que sugerem que algumas expressões faciais humanas são universais entre as culturas.
Primeiramente, para investigar a expressão da emoção na arte das Américas antigas, os pesquisadores primeiro vasculharam dezenas de milhares de artefatos arquivados por museus em busca de estatuetas, esculturas e relevos mesoamericanos antigos que retratam temas em contextos identificáveis.
Os pesquisadores Dacher Keltner e Alan Cowen descrevem em seu artigo na revista Science Advances (2020).
Enquanto os pesquisadores vasculharam dezenas de milhares de imagens de esculturas mesoamericanas em sites de museus, identificaram 63 esculturas autênticas que exibiam expressões faciais em contextos claramente identificáveis, como uma mãe sorridente segurando um bebê.
Em seguida, o pesquisador Cowen separou digitalmente a expressão de cada escultura de seu contexto, produzindo, uma imagem do sorriso e uma imagem da mãe segurando o bebê, sem nenhuma e qualquer expressão visível.
O trabalho da equipe envolveu a coleta de algumas imagens e fotografias de esculturas criadas pelo povo maia entre os anos 600 e 3.500 anos atrás no que hoje é o México e a região da América Central.
Os pesquisadores se concentraram apenas em análise das expressões faciais em esculturas mesoamericanas antigas e descobriram que algumas das emoções expressas nessas obras correspondem às emoções que os participantes americanos modernos antecipariam para cada contexto discernível, o que eles acreditam ser expressões faciais universais: tristeza, raiva, dor, euforia ou determinação.
Após isso, a equipe solicitou a ajuda dos funcionários online do Mechanical Turk, 325 foram designados para olhar as fotos e escolher qual das expressões faciais designadas era retratada. Os MTurk é um serviço onde seus usuários, como pesquisadores ou empresas contratam "crowdworkers", trabalhadores remotos que realizam tarefas que computadores não são capazes de realizar.
Para garantir que os trabalhadores não fossem influenciados pelo contexto, os pesquisadores recortaram as influências contextuais em algumas das fotos e compararam as respostas resultantes com aquelas atribuídas à mesma foto com elementos contextuais.
As descobertas apresentadas no estudo revelaram paralelos entre os significados que os ocidentais dos dias de hoje atribuem às configurações dos músculos faciais e os contextos com os quais essas configurações estão associadas nas antigas obras de arte americanas.