Na China, arqueólogos encontram antiga estatueta de pássaro

A rede de notícias Courthouse News relata que uma antiga estatueta de pássaro esculpida de osso de animal enegrecido pelo calor e datada de 13.500 anos atrás foi identificada no local de Lingjing, Henan centro da China. Eles estavam escavando uma pilha de detritos quando encontraram a arte. 


Uma equipe liderada por Zhanyang Li, da Universidade Shandong, encontrou uma estatueta de pássaro em condições excepcionais. Esculpida em um pedaço de osso de mamífero escurecido pelo calor, acredita-se que a estatueta tenha 13.500 anos através de base na datação por radiocarbono. O novo estudo foi publicado na revista científica PLOS One.


A escultura parece ser de um pássaro comum, mesmo com falta de detalhes intrincados devido às ferramentas e técnicas da época que foi criado. Ele possui 12,5 mm de altura no topo de uma pequena base retangular de 5,1 mm de largura e 19,2 mm de comprimento.


Fotografia e reconstituição em 3D da estatueta de pássaro em miniatura descoberta em Lingjing, Província de Henan, China, datada de 13.500 anos atrás. (Foto: cortesia de Francesco d'Errico e Luc Doyon)


O sítio de Lingjing é um sítio paleolítico e arqueológico ao ar livre quando descoberto  primeira vez na década de 1965. Ele estava sendo escavado desde 2005 a 2018. Em 2006, Li e sua equipe encontraram um conjunto de fragmentos ósseos cuidadosamente gravados, tingidos com um pigmento natural chamado ocre. 


Datado de 115.000 anos, acredita-se que os fragmentos poderia ter sido deixados pelos denisovanos, que era um tipo de grupo relacionado aos humanos modernos e aos neandertais. A escavação de Lingjing acabou identificando 11 camadas arqueológicas estratificadas com idades entre 2.500 e 120.000 anos. 


As camadas de um a quatro representam o período Holoceno, que inclui a era moderna, e contêm diversos cacos de cerâmica com decorações que datam da Idade do Bronze Shang-Zhou (com cerca de 2.500 a 4.000 anos) ao Neolítico de Yang-shao (entre 5.000 e 6.500) anos). A camada cinco, onde a estatueta de pássaro foi encontrada em uma pilha de despojos, contém artefatos que vão desde as Dryas mais jovens (cerca de 12.000 anos) até o último máximo glacial (cerca de 20.000 anos). As camadas de seis a nove são estéreis, enquanto as camadas 10 e 11 vão do Pleistoceno tardio (99.000 a 118.000 anos) e contêm artefatos de pedra, restos de animais, dois crânios humanos parciais e os fragmentos ósseos gravados e tingidos.


A estatueta foi encontrada enquanto estava espalhada entre outros artefatos, como ferramentas de quartzo, cacos de cerâmica, um pingente de casca de ovo de avestruz, restos de animais e um fragmento de osso que foi trabalhado com a mesma técnica da estatueta.


Nenhum artefato da era Neolítica ou da Idade do Bronze foi descoberto na pilha de despojos que continha a estatueta, dando crédito à idade determinada por Li e seus colegas, enquanto as camadas de um a quatro não continham restos da era do Paleolítico. Assim, é improvável que os artefatos dessas camadas se misturem ou que a estatueta tenha se originado em uma das camadas mais externas.


Para apoiar ainda mais, os autores mostram que os fragmentos de cerâmica mais recentes encontrados nas camadas de um a quatro exibem detalhes maiores do que os da camada cinco, com a camada cinco contendo um estilo bruto e não decorado que se esperaria de cerâmica da era do Paleolítico Superior chinês.

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